OLHAR
(Sócrates Di Lima)
Ah! Esse teu olhar de contentamento,
Quando de repente você me vê,
Mas sei, que é apenas um momento,
Depois passa, quando fico longe de você.
Mas, enquanto perto,
Meu corpo faz tremer a mão,
A pele num suor gélido por certo,
Mostra que há algo maior que emoção.
E o seu falar macio e compassado,
Como um sussurro em meus ouvidos,
Faz tão belo o seu sorriso largado,
No tom de desejos tão proibidos.
Fecho os olhos nesse seu afago,
Como se as nuvens de um céu azul me abraçasse,
Como se d o melhor vinho, um trago,
Como se o amor de repente me alcançasse.
Sonho em derramar em seus braços os meus desejos,
Como o mar se derrama nos oceanos,
Perder-me nas ondas insanas dos seus beijos,
E enfim saber, que você não é mais um dos meus enganos!
E nesse seu olhar eu navego...
Nos meus mares de infinito alcance,
Enquanto isto, este bem querer carrego,
Com todos seus tons e sutis nuances.
E assim fico nos meus devaneios,
Alimentando um amor que não é meu,
Alimentando meus loucos anseios,
De um dia ter a surpresa em ter o amor seu!