Bela




Borbulha, floresce,
mergulha,
oferece sabor de verão.
Boca bela sacode meu peito,
espreita minha sombra,
vem, desvia,
vai, esguia
pelas ruelas do enfarte,
se dá, reparte,
divide, se aproxima,
machuca, desaparece.
Boca bela,
eu e ela,
faz-se o beijo,
espalha, derrama,
quase um nada um todo.
Repete-se a hora,
feito o momento,
corpo no corpo,
se treme...
Explode a chama
que grita, reclama
pelo feito do momento, a hora,
busca o amor que vai,
se esguia,
vem... Desvia.
Mais uma saudade pelo todo,
do nada que ficou
entre as chuvas de verão,
breves como o beijo dela,
eternos em minha boca.