Palco do amor
Vou rabiscar,
tentar fazer de você um poema
para deleitar meus olhos.
Quero-a sem blusa,
não apenas entreaberta,
quero penetrar na fresta e descobrir,
ser o único.
Depois, quero-a lentamente,
como aquela estrela cadente
rompendo pelo passeio do quarto,
quase bem pouco vestida,
para meu deslumbramento.
Ficarei encabulado,
timidamente achatado no chão.
E em um passo de loucura,
você, somente você
alcançará meu pescoço,
e aos meus ouvidos
há de suspirar pelo ensejo,
já entregue em minha mãos
para a pintura final.
Não farei contrastes.
Nos seios, pelas artes,
jogarei o rosado, sem bronze,
no corpo os louvores do ouro.
Seus olhos serão tocados pelo céu,
azuis, muito azuis.
Na boca o caramelo, tão doce pelo beijos
que nos afloram ao amor.
Prendo seus cabelos feito noite
e desabotoo a última peça, já no chão,
enquanto despreza as sandálias,
rola para os finais do mesmo tema... O amor.