Minha fé






Cai do azul meus últimos pensamentos,
são chuvas de prata
que embalam as sinfonias,
todas as ironias
que evaporam da terra.
Cai do azul as poucas purezas
que ainda posso colher,
para refletir nos papéis
espalhados pela estrada
bem empoeirada,
despojada,
esquecida das virtudes.
Cai do azul os poucos raios lunares
que ainda iluminam lugares
que tenho que percorrer,
frustradamente vaguear
sem rumo,
fazendo de coisas que consumo,
suas saudades mais adiante.
Cai do azul, o último laço
que me retém
em descobertas pela paz,
pela voz de Deus
suprindo os erros que são meus.
Cai do azul, sempre do azul,
um lampejo de fé
pela espera, mesmo que
o tempo passe, fique em farrapos,
ela venha, não importa
que seja ou não de você.