TEMPLO
Eu acreditei em um tempo de paz e luz
Ergui a ti um solene altar imerso em flores brancas
Olhava-te de tão perto e contemplava sua aura
Mas era um templo distante de mim.
O perfume do incenso que te cobria
Vinha de uma outra morada
O calor das velas dedicadas ao luzir em paz
Eram da janela aberta em outra casa
Os terços e orações sussurradas em dádiva
Nunca foram ouvidos.
Ruiu.
A voz de agradecimento da oração doce e dedicada
Sucumbiu a tanta ausência e se calou.
O terço nas mãos que por tanto o manteve divino
Quebrou-se em pedaços ínfimos e suas contas findaram.
A Luz que acendia os sonhos e iluminava vidas
Foi facilmente apagada com o sopro que fez fim a chama.
O cheiro que trazia o aroma sutil da entrega fiel e dual
Foi trocado por tantos outros ares cada vez mais vis a cada madrugada.
O pedestal em que tiveras...
Foi a queda mais fatal e ensanguentada.
E de tudo que havia não restou mais nada.
Por suas dores e desejos fúteis se termina o dia.
O lugar que lhe foi dedicado tão gentilmente e com pureza
É agora por outro purificado.
Não há mais altar
Não há mais flores
Não há mais luz
Não há mais oração
O símbolo trágico desse amor obscuro foi apagado.
Ressurge agora a paz de uma forma Real!
São apenas mãos dadas e unidas em um fim
Sem lágrimas, choro, mágoas, traição, uma vida impura
A esse amor que se faz angélico a cada dia
Nada de templos.
Só a verdadeira UNIÃO... CURA!