Noite
Noite ofegante
Onde o sono não chega.
Escuta o relógio fazendo
O pequeno barulhinho
“taque, taque, taque”.
O vento sopra lá fora,
Igual ao uivo do lobo solitário.
A cama parece um chão forte,
Cheia de pedras machucando o corpo solitário.
Vira-se na cama para um lado,
O outro ainda é pior.
Um copo de água no pote,
Desce refrescando a garganta quente.
Um suspiro de alívio
Semelhante ao frescor da noite.
Os olhos ainda estão atentos,
Abertos, ao extremo.
O abraço do amor é forte,
Não chega ao fogo da vida.
Uma buzina soa longe,
Parece ser uma eternidade.
A noite não passa,
Nem mesmo o sono se aproxima.
A vida ainda suspira,
Por uma bela e meiga palavra:
“ Eu te amo”.