Pulverizadas, mil gotas vertentes
Transformando-se, em lágrimas de solidão
Descendo dos olhos morrentes
Pra não se tornarem cheias,
Enchentes e inundação!
Vem da íngreme subida, da serra e do frio
Conduzindo-se em veios de corredeira
Descambando em jato de cachoeira
Silente, até desaguar num rio!
Rolando abaixo em seu leito farto
Rebatendo-se em pedras tantas
Se represando pelas margens, nos matos
Que costeiam águas santas!
Breve carona pra uma borboleta
Depois de se perder e tonta cair do ar
Reconduzida a salvo em galho de cerca
Fatigada, de tanto voar,
Lutar e nadar!
Continuando sua sina
Guiada por um beija-flor
Rio abaixo, rio acima...
Até se juntar as lágrimas
Que chora a falta, do seu amor!