Indagação




Não sei porque você vem,
fica em meu pensamento,
me inspira,
enquanto a madrugada aspira
suas poucas horas antes de morrer.
Não sei porque você volta.
Talvez pela paz,
enquanto seu corpo jaz e
descansa.
Mas sei que vem, está aqui,
me fala, me busca,
sem que eu saiba a razão
dos limites que nos separam.
Ontem você veio
no vazio deste quarto,
lançando eflúvios
sem promessas, sem palavras,
somente veio.
Hoje infesta o cântaro,
brilha pela noite,
sem que eu saiba por que.
Sua luz e paz são oferendas que faço,
peço nas preces,
até repito seu nome.
Por que vem então... Sempre,
sempre em meu pensamento,
purificando o espaço
ao sabor de tudo que escrevo?
Mas, ainda fico sem saber por que,
em cada traço,
pauta, daquilo que escrevo,
encontro... Sempre, encontro você.