DOCE EMBALO

No doce embalo da rede, busco seu olhar fitar.

Debaixo das palmeiras, de frente para o mar.

E, na ânsia de seu olhar procurar,

percebo este o meu também buscar.

E assim, seguindo o vaivém da rede,

brinco de me mostrar e me esconder.

Eu e você, nesse embalo e nessa sede.

Os dois, sem notar o mundo e sem querer saber

se é lua ou sol, noite ou dia.

Não sei se foram segundos, minutos, horas...

Ouvindo apenas do amor, a melodia.

E os dois não queriam ir-se embora.

Os olhares falavam, sorriam, pediam.

Corações batendo descompassados.

Ficar em paz, a sós, ali queriam.

Não importavam futuro ou passado.

Bastava-lhes o presente.

O desejo comandando o momento.

E, apesar das palavras ausentes,

nada lhes impedia o sentimento.

Pois, para amar, os seres somente

precisam de corpo e mente para acontecer.

Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Acadêmica Titular do Brasil e de Portugal; Membro efetivo da U.A.V.I (União de Autores Virtuais Independentes) e Acadêmica da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL)