Prisão
Prisão
Ocupas agora o lugar salvaguardado
Do meu peito fugias
Nisso o berrar de letargias
Logo agora quando a tenho mais amado
Por que procuras o fugir incessante?
Levarás contigo a minha alma
Posto deixa-la-ia extraviada
E nunca hei de esquecer deste levante
A custo do pesar tens marcado a fugir
Reverbera-se de súbito do meu intento
E há pouco tempo pensas no partir
Marca, pois, a ir e a este solver
Termina plena a ter me deixado
No mais ínfimo sofrimento beirando-me ao perecer
Fujas já de mim
Largas a clausura e a solidão
Fincas-te o lugar desta prisão
Rasgue aos grilhos como a cetim!