Legado
Quando eu me sentir desolado, desgostoso pelos revezes da vida; te procurarei, e sei que encontrarei paz, uma palavra amiga de alento.
Quando eu tiver no rosto o látego, a fúria dos meus semelhantes; encontrarei em ti minha cura, o bálsamo para as feridas abertas.
Quando eu for acusado injustamente, e mãos, apontarem-me culpado; encontrarei em ti a defesa, o refúgio contra todos os males.
Quando eu me sentir perdido, só, em meio à multidão, encontrarei tuas mãos, tua bondade, e num gesto simples, quase breve, serei levado até a paz.
Quando as trevas caírem sobre mim e eu me tornar um objeto da sensibilidade humana; sei, bem sei que novamente tua palavra, tua virtuosa força interior, me fará entender que a luz ainda brilha, e que tu estás nela integralmente.
Quando a vida se cansar de me bater e me acariciar com suavidade, com seu chicote pela última vez, sei que terei em meu corpo tuas lágrimas.
Mas, tu o que terá de mim, a quem tanto fizestes, além de saudade?