mamada miserável
há demasiados deuses
para serem cultuados
além do homem
que se considera um.
mas a exposição de seus pecados
não o levará aos portões do Paraíso,
tampouco ao rio Cócito.
"cancelem minha ressurreição,"
digo para quem estiver me ouvindo.
não há perfeição para o homem
condenado à cegueira dos próprios
defeitos.
ele dita sua própria lei,
ele escreve sua própria Bíblia,
ele observa a imperfeição alheia, crescido
sem uma Grande Guerra,
sem uma Grande Depressão,
tentando chupar o próprio pau
pois não há melhor boca
do que a própria.
sem alguma Maria a ser corrompida
ele busca a paz através de guerras,
explodindo a virgindade daquelas
cuja negação
foi seu maior crime.
o pecado dos outros é não enxergar
seu potencial; abalado e frágil,
falando de Narciso aos cantos
de uma cidade abandonada aos viciados.
queimando as asas de Ícaro,
pois se vê mais poderoso do que Apolo
e seus tesouros perdidos nos desertos
que mortais apodreceram.
em seu evangelho, Judas seria
o justo
ao falar que Jesus Cristo errou
a confiá-lo estar em seu grupo,
a se dar por vencido afim de
salvar
a criação de seu Pai,
Dele mesmo.
mas eu escolhi não me ajoelhar
para imagens de absolvição.