Dois amores
 
Se fomos... Hoje já não somos, tudo se perdeu entre as fábulas, as paisagens de outrora. 
Hoje saio, vou embora, não me lembro que tenho fé, que você existe entre as páginas escritas, nas palavras que foram ditas.
Se fomos... não somos mais, tudo ficou, quase esquecido, como esquecido fui pelas palavras, pelos contos de fada que criei, pelo espelho que a indicou mais bela.
Fomos, não mais somos!... Entre as calçadas das praças, nos jardins que recebi como oferendas, nas juras que juntos juramos.
Se fomos, foi por acaso, aconteceu pela manhã azulada, fenecendo pelo ocaso. 
Se fomos... já não somos, nos perdemos, ocultos pelo silêncio das ruas; pelas calçadas já nuas.
Se fomos... Hoje, já não somos.