Sei que...
 
Hás de ouvir entre os cânticos dos pássaros, meu grito de imensa saudade.
Sim, hás de ouvir!... Entre os ensurdecedores ruídos das cachoeiras, em meio a suavidade das cascatas, hás de ouvir meu clamor, meu grito quase, em desespero.
Entre multidões, ruídos estanhos, atentarás e escutarás meus reclamos, prescrutando e sobrepujando todos os barulhos.
E quando o silêncio se fizer parceiro, fiel e eterno dono da melancolia, meu brado que pelo espaço irradia saudade em busca da meiga companheira; receba-o, faça-o bem vindo e se mostre em teu postergo.
E quando a estrada se cobrir em floresta, fazendo sonolenta pelos pássaros em festa, sonhe com meu chamado longínquo.
Sim, sei que hás de ouvir!... Meu grito dentro da noite, festejando a madrugada, debruçando em teu ocaso, em saudade, quase desesperada.