Meu poema
 
Bailado estranho pelo amanhã, no desespero que fora o ontem.
Flores rebuscavam seus ramos primitivos em meio aos jarros brilhantes, entre mãos quase inseguras, entre abraços fortes dos amantes.
Sonoros ruídos dos passos de ontem, vibrantes momentos de saudades hoje.
Cânticos tocados em febres de recortes, sonhos que buscavam imagens que se foram.
Estranhas vidas rodeavam as fábulas, marcando em papel branco em fitas soltas, suas passagens inglórias.
Levantam-se fugas em meu pensamento, não sinto você como era sentida, são sons que me falam dos bailados, dos recitais melódicos que soaram ontem.
 São festas que me deixam sem o amanhã, inseguro como as flores em jarros brilhantes, como os lábios trêmulos sentidos antes, quando paixões hipotéticas falavam em romances.
Hoje me canso aos ruídos tormentosos, vagueando pela noite em busca do amanhã, sentido saudade das flores, me reconhecendo em cada pauta escrita, como um mito de complexo e rancores.