Ampulheta

Bendito seja o virote invisível

Da orla que afaga este meu coração

Que pausa e acelera

E até fotografa, me deixa sem graça e inventa canção.

Queria por hoje e talvez não só hoje

Esquecer-me do tempo

Congelar os relógios

Clarear as esquinas.

E de ti, fazer os meus dias

Como eterno verão

Frescor de vida

Ou sementes pitaya

Caso anoiteça

Que seja no canto, no esquerdo do peito

No banho da chuva

De quem chora feito mar.