Criança
Eis minha noite toda iluminada, no céu fervilham as estrelas, a lua a faz enlaçada.
Eis minha noite trajando silêncio, desabrochando reflexos... toda vestida.
E tu me vens ao refúgio, quase perpétuo, que te espera, também, quase despida.
Eis minha noite-criança, que será consumida pelos primeiros, que ontem foram os últimos raios a se despedirem.
Eis minha criança-menina, que será alimentada pela eterna chama, pelo peito amado de ontem.
Eis meu grito dentro da noite silenciosa pela saudade de ontem, na longa espera pelo amanhã.
Eis a noite despida que se vai, enquanto aos ecos do meu peito, ao clamor vazio leito, a menina-criança se afasta... vestida, com cheiro de manhã, sabor de vento fresco; ao longo da passarela estendida, seguindo o círculo solar... fazendo-se ansiosamente esperada.