Almejo
 
 
Não guardo as mágoas, as palavras duras que foram lançadas.
Não vejo, não sinto os falsos, os hipócritas que me rodeiam; mas meu látego será violento, será uma avalanche em suas faces.
Não deixo que os males, trazidos, portados pelas mãos dos maus, turvem minhas manhãs e façam dos minutos, das horas, um rosário, de tristezas, dissabores e infidelidades.
Não deixo que os ingratos façam prevalecer sua força, e sucumbam o pouco de paz, de ternura, que ainda existem em mim, em minhas manhãs que são feitas do amor nascido, criado pelo momento anterior, sem um após, nem as manchas das nebulosas.
Minha paz se chama você que brilha, que reluz, que me fala de sol, mesmo quando a chuva prateia, banhando meu rosto com bênçãos.