Emudecido
 
Minha vida que hoje se cala, sob o jugo daqueles que vencem, me arrasta ao mais profundo mar de criações e ilusões esquecidas, obscuras e soltas ao peso da existência, que me foi fatídica e fez as ansiedades vencidas. 
Derramo, então, versos ao papel, que revelam momentos, após momentos, toda a angústia que recolhi, tentando desvendar coisas, fatos que me elevasse, levando junto pequenos, que fossem, traços da vida, de forma cordiais, nunca vistas, nem sentidas por mim, neste espaço curto de existência.
Mas, hoje, tenho o peito cansado, cheio de febre, de pavor, de abismos, que me levam ao desagrado, ao simples recordo do passado.
Hoje, até mesmo minha mão não fala, se debruça nas pautas e chora sob o silêncio do momento, onde a alma, endurecida, também, se faz muda, se cala.