Reconstituição
Oi amor, mais uma vez estou por cá lhe escrevendo
Eu não aprendi a ficar sem você por tanto tempo
Dia e noite insisto em fugir da saudade correndo
E adentro memórias e lembranças como se fosse meu refúgio terreno.
Caminhei em tantas estradas pedregosas que calejaram meus pés
Desenhei tantas vezes teu sorriso com minhas letras e tenho como tesouro cada um desses papéis
Outrora meu vício unicamente era por café
E depois vi que não havia nada mais saboroso que teus beijos e mais quente que teu corpo de mulher.
Encontrei a personificação do meu ponto de equilíbrio
Numa única mulher está meu porto seguro e a beira do abismo
Às pessoas dizem que paixão é igual a fogo de palha
E vi que a flecha do cupido as vezes demora porém não falha.
Cenas dos nossos encontros se repetem dia após dia
Faço a reconstituição dos fatos e alimento minha doce fantasia
Me sinto um soldado que deixou uma noiva a espera para partir pra guerra
Essa batalha não acaba nunca e até perece que é eterna.
Sinto minha vida acontecendo dentro de um seriado
E o episódio onde encontrei meu amor parece que foi cortado
Ainda creio que nos encontraremos no último episódio
E como quem tanto se esforçou e correu chegarei ao pódio.
Não significa que você será meu grande prêmio
Fiquei sabendo que prêmios são só um monte de taças vazias
E eu te esperarei por mais um dia ou milênio
Se arriscar a isso tudo é só uma questão de querer e um pouco de ousadia.
Ei amor, plantei no jardim de casa uma dezena de pés de girassol
Busquei o melhor tecido que seja macio igual tua pele para fazer um bom lençol
Derramei uma gota do teu perfume para aromatizar minha vida
E busquei para lhe presentear o mais belo buquê de margaridas.
Isânio Dewender