Reconstituição

Oi amor, mais uma vez estou por cá lhe escrevendo

Eu não aprendi a ficar sem você por tanto tempo

Dia e noite insisto em fugir da saudade correndo

E adentro memórias e lembranças como se fosse meu refúgio terreno.

Caminhei em tantas estradas pedregosas que calejaram meus pés

Desenhei tantas vezes teu sorriso com minhas letras e tenho como tesouro cada um desses papéis

Outrora meu vício unicamente era por café

E depois vi que não havia nada mais saboroso que teus beijos e mais quente que teu corpo de mulher.

Encontrei a personificação do meu ponto de equilíbrio

Numa única mulher está meu porto seguro e a beira do abismo

Às pessoas dizem que paixão é igual a fogo de palha

E vi que a flecha do cupido as vezes demora porém não falha.

Cenas dos nossos encontros se repetem dia após dia

Faço a reconstituição dos fatos e alimento minha doce fantasia

Me sinto um soldado que deixou uma noiva a espera para partir pra guerra

Essa batalha não acaba nunca e até perece que é eterna.

Sinto minha vida acontecendo dentro de um seriado

E o episódio onde encontrei meu amor parece que foi cortado

Ainda creio que nos encontraremos no último episódio

E como quem tanto se esforçou e correu chegarei ao pódio.

Não significa que você será meu grande prêmio

Fiquei sabendo que prêmios são só um monte de taças vazias

E eu te esperarei por mais um dia ou milênio

Se arriscar a isso tudo é só uma questão de querer e um pouco de ousadia.

Ei amor, plantei no jardim de casa uma dezena de pés de girassol

Busquei o melhor tecido que seja macio igual tua pele para fazer um bom lençol

Derramei uma gota do teu perfume para aromatizar minha vida

E busquei para lhe presentear o mais belo buquê de margaridas.

Isânio Dewender

Isânio Dewender
Enviado por Isânio Dewender em 21/04/2020
Reeditado em 26/04/2020
Código do texto: T6923714
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.