Queda livre
 
Pende o fruto da tristeza que molha minha boca, a pouco, beijada.
Pende o grito de saudade pela boca que a pouco, me beijou.
Pende a voz perene e cansada que a bem pouco me disse adeus.
Pende a chuva, pende a luz, cai meu corpo pelo chão.
Pende os sonhos da namorada, enquanto pende, também, o pendão.
Deixo tudo pela posse, pelo direito de ser só, único legado concebido ao meu modo errante.
Pende a chuva, pende a luz, cai meu corpo pelo pó.
Pende os braços da fiel amada, que foi pendida pela derrota.
Pende a chuva, pende a luz, cai minha vida, quase morta.