Sob a penumbra
 
Sinto diferente sua presença, que me fala que traduz ausência, que se despe pelos cantos vazios; encoberta pela penumbra.
Sinto seu interior distante, longe, e quanto mais a vejo, creio que se esconde, fazendo fuga encoberta pela penumbra. 
Sinto em seu tom, hoje rude, o peso brusco da indiferença, ocultando-se sob a penumbra, deliberadamente evitando minha presença.
Fustigo seu corpo com lampejos, arde em meu peito febris desejos, enquanto você foge com insensatez, encobrindo-se em meio a penumbra. 
Então me desfaço em palidez permitindo-a intacta, infinitamente intocável envolta pela mesma penumbra onde concebestes na placidez, na doçura dos lençóis, um imenso recato de ilusões e de amor, feito de mim, de você... De nós.