Na província melancólica dos sonhos
Teus olhos castos me seguiam.
Erguia as mãos, que ora solo se faziam,
Mitigando a terra em que jazia
O mundo inteiro desta solidão.
 
Hora seria do peito de se abrir
Ou chorar por todo mal que havia?
Fato que a noite aportava
A embarcação em que minha alma navegava.
 
Não teria negado a vida se me espelhasse
Nas sombras de tuas pupilas,
Talvez eu escolhesse teus melhores dias
Ou me colocaria a sorrir
Como se gritasse uma poesia.
 
A verdade, no entanto,
Eram as lágrimas na madrugada fria.
Sequer o abraço dessa Lua me aquecia.
 
Não te perseguiria pelos caminhos,
Os meus, eram passos perdidos.
Não te pediria preencher meu leito
Ou me deitar sozinho.
 
Saberias que na província destes sonhos
Mais desperta a dor viria.
E, na certa sentirias,
Que lentamente

O meu amor morria.


                                                          Mário Sérgio de Souza Andrade – 19-04-2020
 
 
 
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 19/04/2020
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