Meditação
Antes foram manhãs, que timidamente deixaram ao abandono, em seu silêncio, a umbrosa madrugada.
Antes foram procelas, que banharam meu roto, que desciam contra as janelas, molhavam as vidraças.
Antes foram cantilenas, sons perdidos, quase serenatas que se anteponham as ideias, aos lampejos, talvez mesmo, ao anterior.
Anterior ao que veio antes... a mim, a você.
Anterior ao que chamo de poesia, a ideologia das façanhas, ao meu monótono dia a dia.
Antes aconteceram, mas anterior, a palavra, ao sonho, ao poder da medição... mas, bem após ao amor.