Fez-se o silêncio...
 
Quando depositei aos seus pés, toda poesia do mundo, quando abrisa tão suave, afagou seu rosto.
Fez-se o silêncio... no momento que a chuva ruidosa banhou seu corpo, deixando suas vestes coladas sensualmente, aderidas, delineando suas formas.
Fez-se o silêncio... na vida que parou para vê-la, perdida, falando com estrelas, enquanto os pés descalços pisavam areias.
Fez-se o silêncio... quando fitou-me, e as mechas esvoaçantes, quase escuras, dos seus cabelos, que chocaram-se contra meu rostos, esmagando-me num beijo, no único e último beijo, que fez silenciar meu mundo, encoberto pelos ruídos.
Por você, por mim, por um grande sonho, pelo mundo que se cala, pela vida que exala, que transite poluições sonoras.
Fez-se o silêncio.