Quase um poema de saudade



Recolho-me neste quarto, onde as paredes envelhecidas e sujas, e tão vazias, respeitam minha solidão, buscando um amontoado de cânticos, derramando-os sobre mim.
E neste, quase amigo quarto, onde mulheres se despem nas paredes, lançando convites ao prazer, recolho-me em busca de afeto, nas páginas pobres deste bloco.
Sou vazio e incauto, nas trilhas poéticas, deixando que o interior, preencha as lacunas, companheiras de infortúnio.
Ah, imensa poesia de quarto sombrio, de boca amarga pelas derrotas; diga-me onde hei de ter a paz almejada?
Diga-me, onde preciso ir ao encontro?
Daquela que chegou e escapou, como chuva de verão; tão rapidamente, que deixou uma imensa saudade, em maior solidão.