Ronda do Planalto

Eu nada pediria senão a vida

Para esperança futura

Ter um país de bonança

Nas encenações dos próximos carnavais

Dignidade, resiliência, nada mais.

Ainda pediria que não me levasse as ruas

Com ou sem responsabilidade sua

Respeito à medicina, à ciência e aos cientistas.

Poupasse-nos dos incorretos discursos de ontem e de hoje

Demência por conveniência de comandados

Enlouquece e nos abastece de utópica ilusão

Volte para dentro de sua casa! A padaria fechou

O planalto está vazio, seu palacete é quimera

Desse povo de novo sofredor...

Não faria profecia sobre o amanhã

Tolo seria ir-me a uma congregação

A mais valia que ora comanda é nossa

É do povo, é dos negros escravizados

Que sob açoites ajudaram a construir...

Depois da pandemia se o país empobrecer

Construiremos tudo de novo

E claro que nessa dura labuta estaremos juntos

Sem o atrasado discurso do salve-se quem puder.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 16/04/2020
Reeditado em 16/04/2020
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