Ronda do Planalto
Eu nada pediria senão a vida
Para esperança futura
Ter um país de bonança
Nas encenações dos próximos carnavais
Dignidade, resiliência, nada mais.
Ainda pediria que não me levasse as ruas
Com ou sem responsabilidade sua
Respeito à medicina, à ciência e aos cientistas.
Poupasse-nos dos incorretos discursos de ontem e de hoje
Demência por conveniência de comandados
Enlouquece e nos abastece de utópica ilusão
Volte para dentro de sua casa! A padaria fechou
O planalto está vazio, seu palacete é quimera
Desse povo de novo sofredor...
Não faria profecia sobre o amanhã
Tolo seria ir-me a uma congregação
A mais valia que ora comanda é nossa
É do povo, é dos negros escravizados
Que sob açoites ajudaram a construir...
Depois da pandemia se o país empobrecer
Construiremos tudo de novo
E claro que nessa dura labuta estaremos juntos
Sem o atrasado discurso do salve-se quem puder.