Velho marinheiro
 
Lembro-me velho marinheiro, éramos pequenos, mas já sentíamos tua força. 
Tinhas a cabeça toda negra e o corpo firme, quando tua embarcação quase naufragou, mantiveste o leme firme, pulso forte e viril nas decisões.
As borrascas e calmarias vieram e passaram; teu barco continuou soberbo e altivo sob a bandeira da dignidade.
Hoje tens a cabeça já branca, o mesmo corpo rígido e o pulso forte; tua embarcação é a mesma, talvez mais pesada.
Ah, velho marinheiro, que vontade louca, que desejo imenso temos de ver-te no tombadilho, apenas meditando o tempo vencido, sorrindo pela glória avançada; mas ainda erguendo tua bandeira, como exemplo de liderança.
Quisera transformar-me no teu velho marinheiro e ver-te livre e descansado como uma criança.