A Dois, no Confinamento Solidário
Amanhece... Ele a zela, pajeia,
Dia cinza... Cuida, não titubeia,
Ela caminha, trôpega de sono,
Vai com ele, nua, no abandono.
Casal unido, lado a lado, a sós,
Sem vacilarem, vão sem nós,
Sequer sentem medo da ruela,
Sabem se cuidar da sina aquela.
Biquinhos ao ar, sem máscaras,
Sentem a brisa fria nas caras,
São aves, não são como pessoas,
Estas sim precisam de tapadas.
Desfrutam passeios, bem raros,
Caçam os alimentos e proventos,
Têm chances que nós não temos,
Podem ir e vir, bem tranquilos.