Páginas da vida
A vida que se mostra agora, parece-me sombria e escura.
Caminho entre flores, não as sinto, não as vejo.
Antes meu sorriso brando era cântico virtuoso, hoje ele se oculta em meio as sombras da natureza.
Meu olhar perdido nas espessas nuvens se confunde, se mistura aos raios da tristeza.
As lagrimas celestiais formam cortinas que encobrem, que fecham passarelas transitórias, efêmeras passagens de momentos alegres.
Aqui me ponho em meio aos guizos, ao gorjeio dos pássaros, erguendo em falsos motivos, anseios ilusórios, a pueril e curta alegria existente.
Ao avanço do tempo entre famintos e miseráveis, os ratos humanos perambulam entre fadigas e contrastes desastrosos, sucumbindo ao peso da obscuridade.
E entre meus proclamos, contenho-me nas páginas vazias; tudo de ontem foi poético, existia vida.
Hoje as páginas da vida se mostram escuras e sombrias.