APENAS SEI
Num sussurro calado e doído
Sem força e sem esperança
Sem caso , acaso ou ocaso
Eu me curvo a um oceano de dor
que se chama Entrega
E molhada em meu querer
Sôfrega
Serena
Lindamente
Descanso na agônica certeza
que jamais deixarei de amar você.
Não preciso ser amada
Meu coração sabe que nunca precisou.
Assim, eu , solenemente
Olho em nossos olhos
Aqueles que pertencem só a nós
Além de nós
Maior que nós,
Afago nossas mãos
Beijo nossos lábios
Solfejo nossa música
Aconchego nosso cansaço
Fecho as janelas e as portas
E caminho , voando , para a incerteza
De não saber onde pousar
e repousar.
Sem desistir...
apenas, sei.