Evidência




Isto se faz em amor,
pelas camas, vestes ao chão,
bocas quase em bocas
no silêncio daquele beijo,
não o primeiro,
nem tampouco o último.
Isto se faz em amor,
pela saudade da palavra,
o vocábulo solto ao espaço
quando entregue ao abraço,
não o primeiro,
nem tampouco o último.
Isto se faz em amor
pela despida despedida,
pelas ruas já escuras
nas luzes dos luminosos,
fomos quase criminosos
na obstinada tentativa
de matar o amor,
não o primeiro,
nem tampouco o último.