O beijo
Olhares que se acham
Mas nada mais enxergam.
Pupilas que se abrem
Enquanto os olhos se fecham.
Um coraçao sem compasso
E a respiração dá o ritmo.
Extremidades se congelam
Enquanto o corpo se aquece.
Os lábios se aproximam
Enquanto o mundo se afasta.
A mente congela o tempo
Mas aqui fora a hora passa.
Na ofegância do momento
Eu me empolgo a narrar
A delícia que é o beijo
Que nem me lembrei de rimar.
Mas que rima agora importa
Depois que o beijo aconteceu?
Se eu sei que quando lia
Você também se perdeu?
Imaginando ser beijado
Tal qual o poeta escreveu
Sem compasso, sem rima
Só a Julieta e seu Romeu.