Fim de linha


São suas
todas, as pequenas ruas
que percorri.
Como foram meus
todos, os pequenos
pensamentos seus
que vadiaram pelas noites,
encerrando em minha cama.
São ausentes
hoje, todos os pertences
que buscamos juntos,
entregues as conquistas,
esquecendo-nos do tempo
que ia, ia, passo a passo
fazendo de cada pedaço
um final de vida.
Foi, espirou... o contato
o brilho feneceu
sem que saibamos
onde nos perdemos,
em que estrada ferimos a encruzilhada,
em que linhas fugimos,
para onde, por que?
Apenas, evitamos saber,
buscar razões,
limitações,
somos fim de linha,
início sem resumos,
sem endereços,
nem festas, nem adereços
de mão ou de amor.
Fui você sem querer ter sido,
quando aceitei calado
seus limites.
Fui você, para nunca,
nunca mais ser eu mesmo.