Quimeras


Você em minhas mãos,

somente você
se perdeu, se cansou em tanto amor.
Foram azuis os jardins
pelos olhos e lagos cheios d’água
sem mágoa,
as cortinas se fechavam,
pelos lençóis afloravam amor
contido pelo não,
seguro por nós,
sem vocábulos, nem gemidos.
Apenas os banhos nos azuis,
nos olhos, nas lágrimas,
na saudade, haveria de brotar
pelo não consumado
em pesadelos,
sem apelos
no ficou no tempo, bem tarde,
enquanto hoje descansamos nossos olhos
em outros,
nossas bocas em muitas,
os braços em tantos,
sem razões
nem relações
que pelo menos imitem
um só segundo daquele longe
e bem tarde momento vivido.