Boatos






Não quero que pensem,
que falem
ou despejem impropérios
em seu rosto,
pelo oposto,
pela vida,
causa única que burilou,
deu forma a pérola
que rolou,
feneceu pelos anéis da vida
pousado em outras mãos.
Não quero mesmo
que a vida se deslize
pelos papéis brancos,
cansados,
manchados pela tinta
da existência extinta
que ficou,
legou,
perdendo-se no vapor do verão
que passou sem início,
no princípio
do fim de nós dois.
Não quero que falem
sem que eu desminta que te amo.