Conversão
Sob a áurea âmbar de sua pele,
Emerge a fervura do artifício,
Apenas para que enfim se revele,
Sua presença, minha deusa, em sacrifício.
Envolto, então, neste rito devocional,
Sinto seus lábios a dominar meu torso,
Como um êxtase de damasco nupcial
Que me reifica desde a alma até o dorso.
Ao clamar seu nome, alcanço refúgio.
Pois na paixão cármica, vejo latente,
Sua forma divina, enquanto presente,
Que me fora dado para distúrbio,
Daquele módico eu precedente,
Que outrora cético, em ti, hoje é crente.