À TOA
Um copo de vodca no silêncio desesperado,
uma noite chuvosa cheia de ventos pálidos,
um poema nos esboços destes dissensos.
Quantas horas que não habito tua aparição?
Quanto tempo a me perder de pensamentos?
Quanta escuridão toca desalenta a vastidão?
Agora eu sei o quanto fazes falta no meu mundo
em suas melodiosas notas mudas de violão,
no largo e doce preenchimento do meu rascunho,
no esvaecer dos seus olhos enquanto durmo,
pois é no sonho que me vem sério teu cenho
com o tom único de desaprovação silente,
mas o sorriso de quem já doravante perdoa
a saudade inconsequente que se sente
em uma quarentenazinha à toa...