Clássicos Amores
No canto dos lábios o vento beijou a brisa,
No ar a despertou e nos braços carregou.
O vento secular bem longe a brisa levou,
Consumido seguiu até deita-la areia lisa.
A brisa olhou para o mar e suspirou,
O mar embravecido girou a brincadeira.
Golpeou o vento com a maré feito saideira,
Esquecendo areia que enciumada conspirou.
Areia olhou o mar e se agarrou no vento,
Se fez poeira brilhante e assim o seduziu.
O vento sem pensar a beijou e reluziu,
Formou-se assim o ancestral quarteto.
Areia com o vento, noite adentro confabulou.
O mar duas vezes enciumado ficou rogado,
Espumando de raiva com tudo mareado.
A brisa tão delicada brilhou e se dissipou.
O vento de lugar em lugar vai a vida revoando,
Os perfumes dos clássicos amores capturando.