Divino amor
Primeiro, encarecidamente, rogo às grandes musas que me tragam palavras para descrever-te, meu anjo.
Que elas possam me dotar da capacidade de mostra-te o quanto és amada.
Escute, portanto, o que te digo, quando afirmo te amar.
O que sinto por ti, nunca antes foi escrito, por mãos humanas, ou celestes. E mesmo Eros surpreende-se com a força destas setas que, outrora, lançaste sobre nós.
Aqui, banhado por Nyx e embriagado por Hypno, lembro de ti. A doçura do teu beijo, o calor do teu abraço. Abraço de casa, abraço de Héstia.
Tua beleza, presente da própria Vênus, atordoa à todos que ousam contemplar-te. Estando, eu mesmo, incluso.
Teu corpo branco, como de uma estátua, foi esculpido à mão pelo mais hábil dos deuses, Hefesto. Pois somente o amante da própria beleza seria capaz de representar-te.
Tuas curvas, perfeitas, me tornam navegador. Ansioso por descobrir, e me aprofundar cada vez mais. Que surpresa, a minha, quando tu se tornas selvagem como os mares de Poseidon, no auge de sua ira. Tu treme as terras e me desestabiliza. Me leva, me puxa, me afoga. Vai e vem num ritmo que me tira o fôlego, me deixando aos teus pés.
Olhar pra ti é como contemplar a Lua. Arauto de Ártemis, deusa das mulheres fortes, assim como você.
Poderosa, sábia, lutadora, como a própria deusa da guerra. Com todos os dons, também te agraciou Atena, coruja dos olhos cinzentos. E com uma generosidade ímpar, abençoou-te com tua inteligência.
Com a bênção do pai de todos os deuses, lhe digo: Nosso amor, minha flor, abalará as estruturas da própria terra. Rasgará, em ira, o firmamento, tamanha sua força e grandeza.
Tao poderoso e inabalável, que nem mesmo os deuses hão de torcê-lo. Longe de mim ser imprudente de desafiar a ora dos celestes. Eles vêem a pureza e graça, únicas, que temos. Suas bênçãos estão sobre nós, pois sabem que somos dignos.
Assim, espero que todo o cosmos entenda: Tu és meu sopro de vida, a outra metade do meu Hermafrodita, minha rainha, minha alma. Para sempre te amarei.