Roseira assanhada
Uma roseira assanhada
Certa feita percebi,
Ao elevar os seus ramos,
Bela e cheia de si,
Exibida, convenhamos.
Mostrava com grande pompa
Sua tão nobre postura,
Sua beleza e vida,
Sua alma colorida,
Em tons de fina ternura.
O seu tão sutil perfume
Não cansava de exalar;
O seu tão sublime porte
Não deixava de mostrar
A toda fé e toda sorte.
Quão meiga, doce e gentil
Era ela ao se portar
Que, certamente, não houve
Viva alma a quem aprouve
Deixar de ela notar.
Vivo eu - e é por isso -;
Vislumbrei suas lindas flores
E por ela me encantei,
Pude ver suas vivas cores
E dela eu me lembrarei
P'ra sempre como a mais bela
E a mais áurea roseira,
Aquela que me mostrou
A vida que me encantou:
A vida à sua maneira.