Sobriedade
Neste corpo eu me faço,
nos mistérios do amor,
nas curvas me arrasto
de cansaço, desejo e calor.
Nos abismos alucinantes,
me perco sem saber
os sabores inebriantes
que tentas esconder,
nesta boca o encontro,
meu mundo, um pedaço,
no corpo um véu desnudo,
convite a meu abraço.
Sereno, após sereno,
noite vai, manhã vem,
neste corpo é que me faço,
nele que repouso o cansaço,
os lamentos que a vida tem.
No desencontro dos passos
serei só, de mais ninguém.