o açoite

parece que estou esquecido

de que você já não me ama

porém, quando acordo de noite

você me desfere o açoite

porque não a vejo na cama

me sinto então possuído

por uma tristeza insana

me agito, me agrido e não durmo

como um vaga-lume noturno

eu brilho mas não tenho chama

minha vida perdeu o sentido

e a consciência reclama

padece no escuro e sozinha

parece uma erva daninha

que não é perigo pra grama

prossigo mais que destruído

curtindo uma dor soberana

sozinho pela madrugada

sonhando com os beijos da amada

que são a saudade que engana

Rio, 10/10/2007