Ninguém

A chuva rolava fina pelos meus olhos,
misturando-se às lágrimas
que brevemente saltavam pelo rosto.
Caminhei entre gente, carros que passavam,
tudo me era estranho e mórbido.
Eu ficara só,
isto foi terrível, perdido na noite!
Lentamente descobri a vida,
feita de traços grotescos, de desamor.
Contemplei tudo, mas alheio ao nada,
sem saber se era certo ou errado.
Já sem lágrimas em meio a tanta chuva,
perdido entre faróis e luminosos,
entendi tudo que se firmava a minha frente...
um longo nada, feito de tudo,
de tudo que a vida tem,
que para mim é um simples vazio,
nesta solidão feita de ninguém.