Apenas um poema
na solitude das noites.
Tudo é feito de terra,
de barro, lama do chão;
no peito não arde a chama,
o fogo selvagem que inflama,
que grita pela rebeldia.
Não rasgo itinerários prescritos,
nem firmo rasuras feitas,
meus ditos, parcos, desfeitos,
omitem tudo quanto foi sofrido.
Não bebo a saudade, nem abraço o passado,
de hoje faço o amanhã,
de ontem, lamento o nada feito.
Sou contorno,
curva da vida, esquina obscura
que se posta noite a dentro.
Se se faz presente a ausência,
firme objeto perdulário,
escondo-me na transferência
aos solidéu das maculadas,
aos reflexos de minhas buscas,
pelo tanto que quis
e sem ainda, suponho, sem ter sido.
na solitude das noites.
Tudo é feito de terra,
de barro, lama do chão;
no peito não arde a chama,
o fogo selvagem que inflama,
que grita pela rebeldia.
Não rasgo itinerários prescritos,
nem firmo rasuras feitas,
meus ditos, parcos, desfeitos,
omitem tudo quanto foi sofrido.
Não bebo a saudade, nem abraço o passado,
de hoje faço o amanhã,
de ontem, lamento o nada feito.
Sou contorno,
curva da vida, esquina obscura
que se posta noite a dentro.
Se se faz presente a ausência,
firme objeto perdulário,
escondo-me na transferência
aos solidéu das maculadas,
aos reflexos de minhas buscas,
pelo tanto que quis
e sem ainda, suponho, sem ter sido.