Fragmentos


Entre as ruas,
do nada da vida,
existência crua
que se traga, se mastiga,
pelo tudo, um pouco de nada,
pelas buscas,
no jeito que se foi,
no vai e vem, balanço, ciranda,
carrossel, minutos, horas,
dia, fumaça do tempo,
esvai-se na branca neve dos cabelos.
Na colina, vigília do espaço,
mais uma manhã festeja a ida da noite.
Mais um tempo pelas vielas do nada
entre esquinas da minha vida,
entre ruas sem rumo,
becos sem saída
onde floresce primavera,
mais um tudo,
muito de nada
num pequeno risco em boca seca,
quase nada de sorriso,
um pequeno tudo da vida.