Nascente
Vem de longe, dos açudes,
o grito dos meus amores,
a fé que ao pé se põe,
a prece à boca aflora.
Vem de longe, muito longe
e tão perto se vê presente
o arrepio de minhas dores,
na nascente seca e ardente.
Se foram as águas tão interiores,
dos açudes tão ausentes.
Meus olhos sem brilho, sem cores,
já não choram como antigamente.
Vem de longe dos açudes,
tudo aquilo que pus no chão,
semente, safra primeira,
sem fruto, sem pendão.
Vem de longe, meu tempo de rastro,
já bem perto de minha mão,
são finais de toda vida,
de rastro de volta ao chão.
Vem de longe de meu açude,
lágrima seca... Sem razão.
Vem de longe, dos açudes,
o grito dos meus amores,
a fé que ao pé se põe,
a prece à boca aflora.
Vem de longe, muito longe
e tão perto se vê presente
o arrepio de minhas dores,
na nascente seca e ardente.
Se foram as águas tão interiores,
dos açudes tão ausentes.
Meus olhos sem brilho, sem cores,
já não choram como antigamente.
Vem de longe dos açudes,
tudo aquilo que pus no chão,
semente, safra primeira,
sem fruto, sem pendão.
Vem de longe, meu tempo de rastro,
já bem perto de minha mão,
são finais de toda vida,
de rastro de volta ao chão.
Vem de longe de meu açude,
lágrima seca... Sem razão.