Poente etéreo

Eis o crepúsculo da saudade,
o ocaso do cotidiano,
a perda dos sentidos.
Fim de tudo, os motivos se calam,
transpõem a fronteira das mágoas.
O vermelho da tarde se mistura,
fica encoberto pelas cortinas da noite.
Noite, mais uma barreira sem portas,
o espaço é livre;
também me liberto,
inexistente é o tempo,
feito de nada é a vida
criada sem razões,
observada pelas limitações.
Crepúsculo de saudade...
fronteira de mágoas,
mais um passo para a liberdade...
nua, límpida, mas insegura.