Sutileza

O estuário um dia nos fez,
minha estrutura foi formada,
fixada pelos concretos de um amor,
sentimento distinto, várias formas.
Também com recepções que diferem.
No ambiente previsto tudo ocorre,
pensamos que é, já não é, foi falso.
O que é belo, se torna feio... de repente.
Analiso, não entendo, sou absorto, vago.
Um dia, talvez, não muito longe,
tudo fique claro, formando matizes
profundos e analíticos, possíveis de interpretação,
possíveis de absorção.
Mas, enquanto a esfera gira,
busco no cotidiano módulos que façam,
que me conduzam aos extremos da benevolência,
para que eu tenha capacidade de delinquir,
sim, ser um delinquente para o convívio.
Fazer então a mistura do estuário, o berço
imorredouro para minhas coisas concretas,
e da vida, a forma mais fácil,
existir, mas encoberto pelo manto da insensibilidade,
semeando pó, em vez de sermos o que somos...
sensíveis e passivos ao amor,
seja ele qual forma que tenha.