Porta de porcelana

Na docilidade de mais uma tarde

A delicada chave de cristal

Encanta o olhar,

Ainda, imóvel na fechadura

Da porta de porcelana...

Nesse surreal encontro -

A candura das rosas

Pintadas na porta

Perfumam os versos

Desse poema -

Ah, essa pausa no tempo

Quando a chave acaricia a fechadura,

Antecedendo

Esse abrir da porta

Caem véus,

Descortinado caminhos traçados -

Qual Pitonisa forjada

Pelas mãos do Tempo

A interpretar pressentimentos

(Miragens)

E assim a chave adormece

E, na entreaberta porta

O Vento se aproxima -

Saudade em gotas de orvalho

Umedece as rosas -

Emudece minha voz -

Lábios de romã...